Com o coração na boca, o Corinthians foi pentacampeão do Brasil.
Foi sofrido como o torcedor diz que gosta.
Mas desta vez não precisava tanto sufoco.
O time disputou uma guerra com o Palmeiras de Felipão.
Quatro expulsões, bola na trave e o 0 a 0 consagrador.
Ganhou o Brasil o time mais regular, mais vitorioso.
Ninguém ganhou 21 vezes.
18 delas por diferença de um gol.
Mas não há como tirar o mérito da eficiência da estratégia de Adenor Leonardo.
O Corinthians foi vibrante, mas é campeão do Brasil graças à sua frieza.
Tite repetiu Nelsinho Batista em 1990.
Os dois não tiveram vergonha, constrangimento em mudar as características corintianas.
Montaram equipes fortes na marcação, donas de ótimas bolas paradas e contragolpes velocistas.
E sem o menor constrangimento na hora de se defender, quando o empate servia.
Foi o que aconteceu hoje no Pacaembu.
No primeiro tempo, o Corinthians foi sufocado pelo Palmeiras.
Só teve capacidade de dar um chute ao gol.
Os mais de 39 mil torcedores que lotaram o estádio quase enfartaram.
Até porque o Vasco ia vencendo o Flamengo.
Felipão queria ganhar o seu ano e tratou de montar o Palmeiras forte.
Marcando a saída de bola como se enfrentasse um time pequeno.
Seu time foi sufocando o corintiano nos primeiros 45 minutos.
Chegou a ter 58% do domínio da bola.
Um debochado ironizou que o limitado Palmeiras tinha a posse de bola do Barcelona.
Mas era verdade.
Ainda mais porque Adenor Leonardo improvisou o zagueiro Wallace no lugar do suspenso Ralf.
E insistiu que o mais importante era marcar o Palmeiras, travá-lo sem cometer faltas.
O medo era Marcos Assunção.
Foi impressionante a dedicação da equipe.
Jorge Henrique se desdobrava em três marcando, armando e tentando atacar.
Taticamente foi perfeito, substituiu à altura o suspenso Emerson.
O Palmeiras se mostrava melhor, mas pouco efetivo.
Chutou muito, mas não criou uma chance efetiva contra Júlio César.
Os escanteios de Assunção rondavam a pequena área do gol corintiano, mas a zaga corintiana estava firme.
Só que o domínio palmeirense foi impressionante.
Embora um lance muito discreto poderia ter mudado o jogo.
Henrique derrubou Willian com o joelho.
Pênalti difícil de enxergar.
Mas pênalti.
Wilson Seneme não viu e não marcou.
Foi o seu único pecado no jogo.
Pena que foi um pecado capital.
O lance acabou sendo tão difícil de enxergar que a maioria da torcida nem percebeu.
A tensão dominou o Pacaembu no intervalo.
A sensação era que o Corinthians não resistiria a tanta pressão palmeirense.
Só que em pouco mais de dois minutos do segundo tempo, Valdivia mudou o rumo da partida.
O problemático chileno resolveu aparecer.
Deu um chutão na bola para a lateral e deixou de propósito o braço acertar o rosto de Jorge Henrique.
Cartão vermelho acertadíssimo.
Sua expulsão mudou o quadro.
Com um a menos, o Palmeiras perdeu o ímpeto.
E o Corinthians passou a tocar a bola.
Mesmo com um a mais, a equipe seguia a determinação de Tite.
Nada de se abrir para evitar tomar um gol no contragolpe.
O que era bom ficou maravilhoso.
Renato Abreu empatava o jogo no Rio.
A tensão diminuía.
Mas voltou a subir depois que Fernandão desviou na trave cobrança de falta de Marcos Assunção.
E ficou ainda mais forte quando Wallace cometeu falta desnecessária em Maikon Leite e foi expulso.
Tudo ficava igualado.
Dez para cada lado.
O equilíbrio continuava.
Mas sem chances de gol.
Aos 40 minutos do segundo tempo, o espírito de Edílson se apossou do corpo de Jorge Henrique.
Ele pegou a bola na lateral do campo e, do nada, resolveu dar um 'chute no vácuo', o drible preferido do Valdivia.
O lance foi absolutamente para provocar os palmeirenses.
Conseguiu.
Foi chutado por João Vitor e começou uma briga generalizada.
Seneme incorporou Moisés e expulsou apenas João Vitor e Leandro Castán.
Um de cada lado.
Luan também deveria ter sido expulso por chutar Jorge Henrique por trás, antes de o jogo se reiniciar...
O Palmeiras ainda tentou a vitória que valia R$ 20 mil.
Mas o Corinthians resistiu com a firmeza de campeão.
Segurou o 0 a 0, o placar que lhe servia.
E conquistou seu quinto Campeonato Brasileiro.
Foi o ápice de um ano marcante.
Que começou com a derrota na Pré-Libertadores.
O final da carreira de Ronaldo.
Mas a efetivação do seu estádio de R$ 1 bilhão, o Itaquerão.
A consagração de Andres Sanchez como diretor de Seleções.
E hoje o sonhado título de Adenor Leonardo.
Ele montou o time mais efetivo do Brasil.
O título veio da maneira justa em todos os sentidos.
O Corinthians não deixou sobrar nada.
Foi a equipe das vitórias por 1 a 0.
A das vitórias com o coração, com o sofrimento.
Corintiano festeja com todo direito.
Não houve no Brasil um clube com força para derrubar esse time da liderança.
Adenor Leonardo ganhou o grupo ao domar a insurreição de Chicão.
Se impôs dentro do elenco.
E fora mostrou que seu estilo é esse: eficiente.
Quem quiser espetáculo vá ao circo.
Porque o campeão do Brasil de 2011 é o retrato da eficiência, da regularidade.
E que da sua maneira merece os aplausos, os louros de campeão.
O Corinthians é o melhor retrato do futebol brasileiro.
O que trocou a técnica, o brilho pela eficiência.
Palmas para o Corinthians, pentacampeão do Brasil.
Palmas para Adenor Leonardo...
Fonte: http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2011/12/04/a-eficiencia-se-impos-no-brasileiro-de-2011-o-corinthians-e-digno-pentacampeao-brasileiro-o-time-de-adenor-leonardo-e-o-retrato-do-futebol-atual-do-pais/
E assim os pontos corridos vão se tornando uma maturidade no país do futebol, precismos apenas proteger as equipes, não deixar acontecer como na Espanaha, onde apenas Barcelona e Real Madrid desfrutam dos melhores contratos.
Com a nova formula da Copa do Brasil, o principal interesse da Rede Globo em ter o chamado "mata-mata" salvará a forma de pontos corridos do campeonato brasileiro.
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