“Como fazer para obter parceria para padronizar a equipe de natação (7 a 13 anos) de um clube localizado na maior cidade da América Latina?
O projeto inicial seria padronizar camisetas e toucas para 40 crianças. O montante total daria cerca de R$800,00, se tanto.
Porém já contatei empresas grandes e pequenas e até agora as que me responderam, negaram o projeto. Queria uma orientação para idealizar o projeto.”
A pergunta do Sergio envolve muita gente que trabalha com esporte e não consegue manter o seu projeto auto-sustentável. O maior problema que existe é uma confusão das pessoas de que patrocínio é uma espécie de caridade. É muito bom sermos idealistas e mostrarmos que a pessoa estará, ao ajudar um projeto esportivo, fazendo o bem. Mas a realidade é que não podemos confundir fazer o bem com desembolsar dinheiro sem critério.
Diariamente diversas empresas recebem os mais variados projetos mirabolantes de patrocínio para investir. Ainda mais as grandes marcas, que estão na mídia com números milionários. E o que mais acontece, na maioria das vezes, é que as pessoas acreditam sempre que o seu projeto é o mais interessante e, mais ainda, é “a cara” daquela empresa. Só que, raramente, a pessoa que foi apresentar o projeto para uma empresa estudou primeiro qual é o objetivo que ela tem ao investir no esporte. Em vez de chegar com a pergunta, tenta enfiar na cabeça do empresário que ele sabe a resposta para a empresa que não é dele!
É aí que está o maior problema de um projeto que busca um patrocínio. Por muitas vezes, ele não consegue atender a necessidade da empresa. Aí, a pessoa parte para o discurso “mas o que são 10 mil reais para uma empresa como a Coca-Cola?”. É dinheiro!
A maior evolução do mercado de patrocínio esportivo nos últimos anos tem sido essa. As empresas deixam cada vez mais de investir “por caridade” e passam a enxergar o esporte como um negócio. Ainda há muito erro nesse tipo de investimento (os abadás nos quais se transformaram as camisas de futebol no Brasil são uma prova disso), mas o fato é que o conceito do que é patrocinar o esporte tem mudado bastante.
O patrocínio não é caridade. Ele é um negócio. E é preciso que o esporte saiba se mostrar como um negócio para que seja mais fácil conseguir apoio. Hoje vivemos um processo meio que de seleção natural. As empresas estão mais criteriosas, o que dificulta a aprovação de muitos programas de patrocínio. Mas esse é o primeiro passo para a profissionalização da indústria do esporte.
por Erich Beting às 10:35
Fonte: http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2011/06/01/patrocinio-nao-e-caridade/
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