Tinha pensado muito antes de escrever um post sobre a despedida de Ronaldo. A ideia era esgotar o assunto antes do jogo contra a Romênia. Mas muita gente quis saber mais sobre o que aconteceu, ou melhor, o que não aconteceu, no Pacaembu.
O problema não foi o preço do ingresso, ou o frio e a chuva que castigaram São Paulo na última terça-feira. O fato é que a despedida de Ronaldo pode ter sido qualquer coisa, menos uma despedida dos gramados do maior artilheiro das Copas do Mundo.
Teve de tudo no tempo em que Ronaldo ficou em campo, menos uma festa. Se a ideia era fazer uma despedida, ela passou batida. A melancólica volta olímpica ciceroneada pelos seus dois filhos e ladeada pelos cartazes com os gols na Copa do Mundo, o púlpito no meio-campo e a fila indiana com os jogadores dos dois times davam mais a impressão de que tudo aquilo havia sido planejado na véspera da partida.
Ronaldo tem dois patrocinadores que coincidem com os da seleção brasileira (Nike e Ambev). O mínimo que se poderia esperar era a participação de ambos na homenagem. A Nike fez um bandeirão que foi levantado no Tobogã do Pacaembu, com a imagem de Ronaldo e a inscrição #prasemprefenomeno. Apenas isso. A Ambev não apareceu mais do que o que já apareceria se fosse um amistoso qualquer da seleção.
O jogo de despedida de Ronaldo deveria ter Cafu, Zidane, Raúl e diversos outros astros da bola que dividiram o gramado com ele. Não poderia, nunca, ser o último amistoso da seleção pré-Copa América. Isso dividiu a atenção dos jogadores e da comissão técnica.
No final, o sistema de som falhou e continuou a tocar “Deixa a vida me levar”, de Zeca Pagodinho, enquanto Ronaldo discursava. Isso sem falar na tosca “homenagem” com as placas dos 15 gols do atacante nas Copas do Mundo. Não custava nada colocar a reprise desses gols no telão?
Enfim, foi um show de horrores, que só serviu, mesmo, para Ronaldo colocar em evidência mais um parceiro de sua agência, a 9ine. O dilatador nasal que ele usou será, a partir de hoje, usado pelos atletas que a agência trabalha.
A sensação final foi a de que, se a 9ine tivesse cuidado da festa de despedida, com certeza poderíamos dizer que Ronaldo, finalmente, parou de jogar pela seleção brasileira. Fica a expectativa para um segundo jogo de adeus. Quem sabe um amistoso realmente festivo. Programado, planejado e, claro, bem executado.
O que se viu na terça-feira no Pacaembu está longe de ser um jogo de despedida. Basta comparar com o que foi feito por Petkovic no Flamengo dois dias antes…
Ronaldo merecia muito mais.
Fonte: http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2011/06/09/a-despedida-de-ronaldo/
è o amadorismo, imagina como eles pensam o futebol hoje, tem que profissionalizar.
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