Eike Batista colocará R$ 13 milhões para criar um time de vôlei no Rio de Janeiro. A entrada do bilionário no mercado deve exigir que o vôlei atinja um novo patamar. Nem tanto por se tratar de um empresário bem sucedido passando a ser dono de um time, mas principalmente porque a criação do RJX vai elevar ainda mais os preços no já encarecido vôlei brasileiro.
Hoje, manter um time de ponta no Brasil é tarefa para muitos poucos clubes. Agora, a tendência é que a história deixe de ser uma brincadeira de alguns para se tornar um negócio sério para privilegiados.
O primeiro reflexo dessa nova realidade é o acordo entre Sky e Cimed. As duas empresas vão investir, juntas, mais ou menos o que Eike gastará no Rio de Janeiro para o seu time.
E aí é que entra essa necessidade de “reinvenção” do modelo de negócios dos times de vôlei. Até pouco tempo atrás, os times buscavam um patrocinador que pagasse as contas e davam-se por satisfeitos. Soma-se a isso uma condição peculiar do esporte, em que metade do ano o atleta está a serviço da seleção brasileira, e a estruturação do vôlei em clubes no Brasil sofria um grave problema.
Foi por isso que, desde os anos 80, observamos diversas empresas entrarem e saírem do esporte, vários projetos simplesmente acabarem de uma noite para a outra e, no final das contas, muita culpa sendo colocada na mídia, na empresa, na pressão pelo resultado.
Só que para o vôlei, agora, não bastará mais um patrocinador pagando as contas. O projeto precisa ser mais consistente, ter um trabalho de detecção e formação de talentos, ter envolvimento com a cidade local, ter geração de fontes de receita com o torcedor, ter mais de um patrocínio.
Não, tudo isso não é fruto da entrada de Eike Batista no esporte. Longe de ser um visionário, ele também não é um aventureiro. Mas, já há pelo menos cinco anos, a manutenção de uma equipe de ponta no vôlei passou a exigir, pelo menos R$ 5 milhões ao ano de orçamento. É muito para uma empresa só.
Nesse caminho, o Vôlei Futuro representa, de uma maneira ou de outra, o futuro do vôlei. Até então, a equipe de Araçatuba, no interior de São Paulo, era a única a não depender de uma fonte única de sobrevivência. Os ginásios lotados, o envolvimento da população local na compra de produtos do clube, a presença de diversas marcas apoiando a formação de talentos. Tudo isso já foi projetado desde a criação do time. E, agora, os resultados começam a ser colhidos na Superliga.
A criação do RJX apenas vai exigir que os clubes reestruturem o seu modelo de negócio. Do contrário, será cada vez mais improvável encontrar uma única empresa que tope pagar toda a conta, cada vez mais cara, de um time.
Fonte: http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br
Para um cara bilionário, que conehce todos os riscos na hora de investir, estava demorando para entrar no mundo esportivo. E porquê o vôlei, como vimos acima o vôlei é o esporte mais estruturado comercialmente do Brasil, é gerido como uma empresa. Talvez o futebol podesse seguir alguns passos da forma de administrar o vôlei no Brasil.
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