Na última semana, a 9ine, empresa de marketing esportivo criada pelo ex-atacante Ronaldo, fechou uma parceria com o empresário de atletas Wagner Ribeiro, que agencia a carreira de jogadores como Neymar e Lucas. Agora, a agência poderá fazer uma consultoria de imagem desses atletas, em um processo cada vez mais comum no Brasil. Antes, esse trabalho sempre foi destinado a clubes e empresários e, por isso mesmo, a função da 9ine e de seus concorrentes permanece pouco conhecida pelo público em geral.
Mesmo entre pessoas do meio, a confusão ainda tem tido seu espaço cativo. Quando a 9nine fechou com o atacante Adriano, Gilmar Rinaldi, então empresário do centroavante corintiano, chegou a chamar Ronaldo de “irresponsável e inconsequente”, insinuando que o ex-atacante havia passado de seu limite e atuado como um empresário de jogador. O episódio forçou a empresa a soltar um comunicado oficial, esclarecendo sua posição:
“A negociação dos direitos federativos de jogadores – trabalho normalmente feito pelos empresários dos atletas – não faz parte do escopo da 9ine, que atua somente com o gerenciamento de imagem (captação de patrocínio, assessoria de imprensa).”
Wagner Ribeiro, que já teve em seu portfólio outros nomes de alto apelo para a mídia, como Kaká e Robinho, sabe que não pode nadar contra a chegada de novas agências. Pouco antes de fechar com a 9ine, após uma reunião com Ronaldo, Ribeiro admitiu para a Máquina do Esporte que a concorrência é difícil. “Eu não saio por aí oferecendo meus atletas para as empresas, eu só recebo propostas”, afirmou.
Ainda sem a 9ine, o empresário zelava como podia pela imagem de seus jogadores, com profissionais contratados para dar assessoria de imprensa e com conselhos sobre quais empresas fechar patrocínios. Prezava por marcas “tops” e fugia de possíveis polêmicas. Na primeira passagem de Robinho pelo Santos, por exemplo, pediu para o jogador não aceitar a proposta da Lacta para ser o garoto-propaganda do Diamante Negro. A campanha faria um jogador branco ser o rosto da Laka, o que fez Ribeiro temer uma possível interpretação racista dos anúncios. Hoje, essa responsabilidade deixa de ser sua para ser da 9ine.
O cenário esportivo brasileiro nesse segmento é tão otimista que agências internacionais têm mostrado um interesse constante no gerenciamento de imagem de jogadores do país. Esse foi o caso da americana IMG, que chegou ao território nacional após investimento do empresário Eike Batista, que ajudou a formar a IMGX. Outro exemplo é o da francesa Havas. Com amplo mercado no exterior, ambas as empresas miram novas possibilidades de negócio no Brasil, a exemplo da própria 9ine.
O diretor da Havas no Brasil, Eduardo Corch, sabe que o negócio no país ainda está “um pouco confuso”, ao ver que ainda há um abismo na gestão de carreira ao focar os países desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento. “Gestão de carreira está ligado à imagem, ao media training, às atividades marginais de um atleta, à busca do seu core business. É um mercado milionário com pouca gente profissional”, afirmou.
Corch vê, entre atletas brasileiros, uma despreocupação no cuidado da imagem. Cita como exceção, atletas como o Kaká. O brasileiro, hoje no Real Madrid, contratou recentemente um estilista pessoal para cuidar de suas vestimentas. Yan Acioli foi encarregado de dar ao jogador um visual mais despojado. “Mas ele é um jogador diferenciado”, admitiu o diretor da Havas Brasil.
Nem só de grandes agências internacionais vivem os atletas no Brasil. Empresas menores, administradas por brasileiros, já têm feito esse serviço há alguns poucos anos. É o caso da MVP Sports, uma empreitada feita pelo ex-atleta Alexandre Folhas, um dos grandes nomes do handebol brasileiro.
“A ideia da agência é trabalhar o atleta como produto, com dados, números de retorno de mídia. Temos que criar novos canais, sites, redes sociais. Criar novas ferramentas e novas propriedades para que esse atleta seja um produto mais atraente”, afirmou Folhas, ressaltando a “pró-atividade” da empresa para apresentar os atletas às empresas.
O primeiro passo da MVP é sentar com o atleta interessado e ouvir seus anseios e suas expectativas, para, desse modo, criar um perfil. É o caso da jogadora de vôlei Paula Pequeno, que afirmou no primeiro encontro da empresa que gostaria de se associar à Asics, por preferência pessoal. Após criar um portfólio que ressaltava a sua associação à moda e à beleza e potencializar a sua capacidade de mídia, o grupo conseguiu finalmente fechar o patrocínio com a empresa.
A agência cria uma série de possibilidades para o atleta, que paga à MVP uma mensalidade. Repassa ao interessado assessorias imobiliária, financeira, psicológica. Passa um preparo para lidar com imprensa e patrocinadores e cria possibilidades de captação de recursos. Com os patrocínios, a agência fica com 15% a 20% da verba. Com essa assistência, a empresa tem colhido o sucesso entre os atletas. “Em 2009, quando MVP surgiu, nós não esperávamos o número de atletas que temos hoje (a agência tem 13 atletas). Mas há uma carência enorme no mercado brasileiro”, complementou Alexandre Folhas.
Fonte: www.maquinadoesporte.com.br
Agora, imagina como fica os atletas olímpicos, que não tem nenhuma assessoria de marketing, não sabem se portar diante de fotografos e câmeras de TV. Atletas de ponta sempre terão a mídia por perto, mas até chegar lá precisa de um longo caminho, precisamos desde a base mostrar aos atletas como a mídia pode ser um dos agentes agregadores para o financiamento de suas carreiras.
Abraços,
Mesmo entre pessoas do meio, a confusão ainda tem tido seu espaço cativo. Quando a 9nine fechou com o atacante Adriano, Gilmar Rinaldi, então empresário do centroavante corintiano, chegou a chamar Ronaldo de “irresponsável e inconsequente”, insinuando que o ex-atacante havia passado de seu limite e atuado como um empresário de jogador. O episódio forçou a empresa a soltar um comunicado oficial, esclarecendo sua posição:
“A negociação dos direitos federativos de jogadores – trabalho normalmente feito pelos empresários dos atletas – não faz parte do escopo da 9ine, que atua somente com o gerenciamento de imagem (captação de patrocínio, assessoria de imprensa).”
Wagner Ribeiro, que já teve em seu portfólio outros nomes de alto apelo para a mídia, como Kaká e Robinho, sabe que não pode nadar contra a chegada de novas agências. Pouco antes de fechar com a 9ine, após uma reunião com Ronaldo, Ribeiro admitiu para a Máquina do Esporte que a concorrência é difícil. “Eu não saio por aí oferecendo meus atletas para as empresas, eu só recebo propostas”, afirmou.
Ainda sem a 9ine, o empresário zelava como podia pela imagem de seus jogadores, com profissionais contratados para dar assessoria de imprensa e com conselhos sobre quais empresas fechar patrocínios. Prezava por marcas “tops” e fugia de possíveis polêmicas. Na primeira passagem de Robinho pelo Santos, por exemplo, pediu para o jogador não aceitar a proposta da Lacta para ser o garoto-propaganda do Diamante Negro. A campanha faria um jogador branco ser o rosto da Laka, o que fez Ribeiro temer uma possível interpretação racista dos anúncios. Hoje, essa responsabilidade deixa de ser sua para ser da 9ine.
O cenário esportivo brasileiro nesse segmento é tão otimista que agências internacionais têm mostrado um interesse constante no gerenciamento de imagem de jogadores do país. Esse foi o caso da americana IMG, que chegou ao território nacional após investimento do empresário Eike Batista, que ajudou a formar a IMGX. Outro exemplo é o da francesa Havas. Com amplo mercado no exterior, ambas as empresas miram novas possibilidades de negócio no Brasil, a exemplo da própria 9ine.
O diretor da Havas no Brasil, Eduardo Corch, sabe que o negócio no país ainda está “um pouco confuso”, ao ver que ainda há um abismo na gestão de carreira ao focar os países desenvolvidos em detrimento dos países em desenvolvimento. “Gestão de carreira está ligado à imagem, ao media training, às atividades marginais de um atleta, à busca do seu core business. É um mercado milionário com pouca gente profissional”, afirmou.
Corch vê, entre atletas brasileiros, uma despreocupação no cuidado da imagem. Cita como exceção, atletas como o Kaká. O brasileiro, hoje no Real Madrid, contratou recentemente um estilista pessoal para cuidar de suas vestimentas. Yan Acioli foi encarregado de dar ao jogador um visual mais despojado. “Mas ele é um jogador diferenciado”, admitiu o diretor da Havas Brasil.
Nem só de grandes agências internacionais vivem os atletas no Brasil. Empresas menores, administradas por brasileiros, já têm feito esse serviço há alguns poucos anos. É o caso da MVP Sports, uma empreitada feita pelo ex-atleta Alexandre Folhas, um dos grandes nomes do handebol brasileiro.
“A ideia da agência é trabalhar o atleta como produto, com dados, números de retorno de mídia. Temos que criar novos canais, sites, redes sociais. Criar novas ferramentas e novas propriedades para que esse atleta seja um produto mais atraente”, afirmou Folhas, ressaltando a “pró-atividade” da empresa para apresentar os atletas às empresas.
O primeiro passo da MVP é sentar com o atleta interessado e ouvir seus anseios e suas expectativas, para, desse modo, criar um perfil. É o caso da jogadora de vôlei Paula Pequeno, que afirmou no primeiro encontro da empresa que gostaria de se associar à Asics, por preferência pessoal. Após criar um portfólio que ressaltava a sua associação à moda e à beleza e potencializar a sua capacidade de mídia, o grupo conseguiu finalmente fechar o patrocínio com a empresa.
A agência cria uma série de possibilidades para o atleta, que paga à MVP uma mensalidade. Repassa ao interessado assessorias imobiliária, financeira, psicológica. Passa um preparo para lidar com imprensa e patrocinadores e cria possibilidades de captação de recursos. Com os patrocínios, a agência fica com 15% a 20% da verba. Com essa assistência, a empresa tem colhido o sucesso entre os atletas. “Em 2009, quando MVP surgiu, nós não esperávamos o número de atletas que temos hoje (a agência tem 13 atletas). Mas há uma carência enorme no mercado brasileiro”, complementou Alexandre Folhas.
Fonte: www.maquinadoesporte.com.br
Agora, imagina como fica os atletas olímpicos, que não tem nenhuma assessoria de marketing, não sabem se portar diante de fotografos e câmeras de TV. Atletas de ponta sempre terão a mídia por perto, mas até chegar lá precisa de um longo caminho, precisamos desde a base mostrar aos atletas como a mídia pode ser um dos agentes agregadores para o financiamento de suas carreiras.
Abraços,
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