quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Adeus de sete clubes Pernambucanos - José Joaquim

No mês de abril, quatro já se despediram do mundo futebolístico profissional, América, Vitória, Ypiranga e Cabense e, no próximo mês, mais três irão acompanha-los, Petrolina, Araripina e Central, desde que não existe para esses um calendário de competições nacionais, e a única a ser programada é a Copa Pernambuco, que cada dia se apequena por falta de um objetivo que  garanta a participação de tais clubes. É jogar do nada para o nada. É uma competição deficitária, onde todos os jogos apresentam prejuízos, e isso logicamente a inviabiliza.
Não é um problema isolado de nosso estado, mas de todo o futebol nacional, onde esses clubes sazonais, como sempre afirmamos, como fossem produtos agrícolas, cujas safras são colhidas, e somente no próximo ano teremos uma nova colheita, continuam sofrendo os problemas da má formatação desse esporte.
Como esses clubes poderão tornar-se competitivos se jogam apenas 04 meses no ano e, em muitas vezes, em campeonatos deficitários, cujas  receitas não conseguem cobrir os seus custos?
Como esses clubes terão condições de utilizarem as suas marcas, negociando-as com patrocinadores, desde que tem uma curta sobrevivência?
São perguntas importantes e não respondidas pelos dirigentes do futebol brasileiro, desde que somos um país continental, e insistimos em manter um calendário que acoberta um determinado grupo de equipes, contra a grande maioria que ficam vagando sem um futuro delineado.
Essas nunca crescerão e cometem um grande equívoco no seu planejamento, pois não possuem um Centro de Treinamento, não realizam um trabalho de formação de atletas, para que esses sirvam de base para as suas equipes que disputam as competições e, fundamentalmente,  projetando talentos para futuras negociações e, assim, abastecer o seu caixa para o resto da temporada.
Nada disso acontece e os times formados são com os mesmos atletas que ficam circulando pela  região, alguns com validade vencida, e cujo retorno não se dará no campo de jogo e muito menos no sentido financeiro.
Um clube como o Central, bem estruturado, com torcida própria lamentavelmente encontra-se hoje entre os sazonais, o que vai prejudicar em muito o seu futuro, sobretudo que também adotou uma política errada de contrações já demais utilizadas, e deixou de lado a formação de atletas, que é o único caminho para que todos possam enfrentar os seus sérios problemas.
O Brasil vai do Amazonas ao Rio Grande do Sul, e tem a obrigação através de sua entidade de administração do desporto, de disponibilizar um calendário aos seus clubes, que contemple pelo menos 10 meses de participações em eventos rentáveis e que os levem a algum caminho, com patrocinadores, visto que se isso não acontecer, teremos no futuro apenas 80 a 100 clubes, e os demais 700 ficarão vagando como zumbís, durante 8 meses do ano.
A esses clubes, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, posto que o  seu ano infelizmente está se acabando.

Fonte: http://blogdejj.esporteblog.com.br

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